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domingo, 9 de outubro de 2011

Sobre o "poder"


           Hoje, depois de ouvir um jornal radiofônico pela manhã, refletindo sobre uma conversa com um colega a respeito do poder que fascina as pessoas, fiquei recordando alguns trechos de músicas. Tem uma de Geraldo Azevedo que diz “Um rei mal coroado não queria o amor em seu reinado, pois sabia, não ia ser amado”, composta ainda no tempo da ditadura militar que findou com a posse de José Sarney no início de 1985, quando tomou posse.
            O que será que Geraldo Azevedo queria dizer com “não queria o amor em seu reinado”? Talvez, que fosse proibido ter alegria e liberdade, que o povo não pudesse demonstrar seu contentamento porque os “líderes” eram taciturnos. Compreensível, a música para a época, diferente dos dias atuais aqui no Brasil, porém, há uma música de um outro Geraldo, o Vandré, torturado até a última gota de sangue pela mesma ditadura, que diz “ somos todos iguais, braços dados ou não”. Essa parte da música continua e continuará sempre atual, pena que o poder não deixe que grande parte dos líderes atuais pense assim, porque tratam os diferentes diferentemente do tratamento aos seus “iguais”. Aí recordo o ditado: “Aos amigos, tudo; aos inimigos, regulamento”. É aqui que a Música Pra não dizer que não falei das flores se aplica como reflexão aos que assumem o poder dado pelo povo. Quando algum grupo político assume o poder continua como grupo, esquece que o termo democracia significa “governo do povo para o povo”. E o povo vira um mero detalhe para tentar auxiliar na perpetuação do grupo que sabe “manobrá-lo” para se perpetuar no próprio poder.
            Verdadeiros lideres sabem a diferença de governar para um grupo da de governar para o povo, pois a imparcialidade passa a ser uma virtude, aliás, a imparcialidade deve ser entendida como impessoalidade, termo contido como prerrogativa para a administração pública no Artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988. Lamentável é o fato dos governantes não terem noção disso ou simplesmente ignorarem, sendo amorais, tipo Lampião que passava por cima de todas as Leis, desconsiderando-as.
            Triste mesmo é suportar o dia a dia, sem ter mais sonhos, como tínhamos no tempo da ditadura, lutando por dias melhores, pois acreditávamos que o grande problema era simplesmente a falta de liberdade. Hoje temos liberdade, mas exercê-la é passível de exclusão, de rotulação do “contra”. As diferenças de que tanto falam em respeitar está longe de sê-las de fato. Como diz Belchior: Há perigo na esquina, eu digo que há também perigo em toda a rua em que moramos, no emprego, na posição ou ponto de vista pelo qual nos expressamos, pois o poder ainda não admite os contrários, mesmo que eles não tenham uma posição político-partidária. 

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