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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Aprendizagem desnecessária.

No princípio as pessoas somente viviam, ou tinham a vida para viver. Hoje as pessoas vivem para dar conta de uma infinidade de coisas que não as deixam viver.
A ideologia começou a criar conceitos, a teorizar, a inventar e levar as pessoas a aprenderem. Hoje, sabe-se muito de tudo. O mundo é uma "Web", onde tudo está unido e separado, ou seja, cada um do seu lado na "sua". A grande teia que une o mundo não une as ideias (apesar de ser um avanço). Tudo é como um espelho embaçado, como uma linda estampa em uma camisa meio dobrada e amassada. À medida que mais aprendemos, mais confusões fazemos. A aprendizagem não torna as coisas cristalinas, aliais, a aprendizagem que vem sendo praticada só torna o mundo mais enfumaçado e barulhento, e haja barulho em todos os âmbitos. A aprendizagem tem separado as famílias e seus momentos de interação; tem levado, em nome da liberdade e do direito, pessoas a praticarem atos que não praticariam se não tivessem aprendido determinadas coisas. E por falar em liberdade, ela só existiu em longínquos tempos que não conseguimos precisar, pois ela varia em tempo e lugar. A liberdade que se pratica hoje é uma afiada faca de dois gumes que, em nome das leis, separa e afasta as pessoas do que as liberta verdadeiramente. O amor de hoje é conceitual, diferentemente do emocional, daquele vindo do "coração", tipo os que enternecem outros corações, como Romeu e Julieta.
Será que não poderíamos ter evoluído tecnologicamente sem a aprendizagem desnecessária? Nunca se cometeu tantos atos contra a moral instituída, e na própria moral instituiu-se a imoralidade contra os valores que faziam a vida mais digna.
Hoje eu aprendi, apesar do meu incipiente aprendizado, que não aprendi as coisas necessárias para tornar o mundo melhor. Hoje eu aprendi que não consegui mudar o óbvio porque aprendi coisas na forma mais conceitual e superficial possível. Flutuei na superfície da humanidade e sofri um hematoma na cara ao tentar submergir em tantas representações da realidade que não são reais.
Mas em algum lugar, em alguma mente em que a esperança deve existir e persistir, há de se iniciar uma nova consciência da experiência humana, onde a teorização seja substituída pela própria vivência, e que esta seja fruto da liberdade de se escolher o que somente é bom, pois o mal só persiste onde as escolhas são equivocadas.
Comece hoje, você, a rever sua aprendizagem e, ao contrário da retórica que era praticada na Grécia Antiga e combatida por Sócrates, não crie sofismas para justificar o que é nocivo à vida, pois esta, mais que uma existência, é um dom daqueles que nem as religiões ou a ciência são capazes de entender. Comece a mudar pela cor verde, cor aparecida na maioria das plantas e que tem o significado de perpetuação da vida, onde as flores trarão os frutos e estes, as sementes que formarão novas árvores - a esperança da perpetuação da sombra e das cores.

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